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Força e magia da vida e obra de Milton Nascimento são celebradas no Rio de Janeiro no espetáculo sinfônico ‘Raça’

Milton Nascimento na capa do álbum ‘Raça’, de 1976 Reprodução “Lá vem a força, lá vem a magia Que me incendeia o corpo de alegria Lá vem a santa m...

Força e magia da vida e obra de Milton Nascimento são celebradas no Rio de Janeiro no espetáculo sinfônico ‘Raça’
Força e magia da vida e obra de Milton Nascimento são celebradas no Rio de Janeiro no espetáculo sinfônico ‘Raça’ (Foto: Reprodução)

Milton Nascimento na capa do álbum ‘Raça’, de 1976 Reprodução “Lá vem a força, lá vem a magia Que me incendeia o corpo de alegria Lá vem a santa maldita euforia Que me alucina, me joga e me rodopia Lá vem o canto, o berro de fera Lá vem a voz de qualquer primavera Lá vem a unha rasgando a garganta A fome, a fúria, o sangue que já se levanta” ♫ NOTÍCIA COM ANÁLISE ♪ A anunciação dos versos acima – escritos por Fernando Brant (1946 – 2015) para a música Raça – foi feita por Milton Nascimento no canto da música de 1976 que compôs com Brant e que batizou álbum lançado pelo cantor naquele ano para o mercado norte-americano. Decorridos 48 anos, Raça dá nome ao inédito espetáculo sinfônico que será apresentado na segunda-feira, 18 de novembro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com ingressos a preços populares. Integrante da programação da semana da Consciência Negra, celebrada no dia 20 de novembro, o espetáculo Raça – Homenagem a Milton Nascimento será protagonizado pelos 35 integrantes da Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca com a participação da atriz e cantora Isabel Fillardis. Sob a regência do maestro Carlos Sarria, Fillardis, os quatro solistas – Alcides Sodré, Ana Neri, André Salles e Thalita Braz – e os cantores do Coro Juvenil do Rio de Janeiro interpretarão 16 músicas do repertório de Milton Nascimento com arranjos de Mateus Araújo, Moana Martins, Sérgio Simões Menezes e Vinicius Louzada. Com as exceções das canções Amor de índio (Beto Guedes e Ronaldo Bastos, 1978), Caçador de mim (Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá, 1980), Nascente (Flávio Venturini e Murilo Antunes) e Para Lennon & McCartney (Lô Borges, Marcio Borges e Fernando Brant, 1970), as demais composições são de autoria de Milton Nascimento com diversos parceiros letristas. O roteiro inclui Clube da esquina 2 (Milton Nascimento, Márcio Borges e Lô Borges, 1972), Encontros e despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981), Maria Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1976), O cio da terra (Milton Nascimento e Chico Buarque, 1977), Ponta de areia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974) e, claro, Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967), música com que o cantor e compositor ganhou projeção nacional através de festival da canção. A homenagem prestada a Milton Nascimento no espetáculo sinfônico Raça é, mais do que justa, merecida. Em obra que descortinou admirável mundo novo na MPB, a partir de 1967, Milton sempre exaltou o orgulho negro – e a música Raça (1976) talvez seja o maior exemplo dessa celebração no cancioneiro do artista – ao mesmo em que denunciou injustiças sociais sofridas pelo povo preto desde o início da colonização do Brasil pelo povo português. Nesse sentido, os versos da canção Morro velho (1967) – escritos por Milton, letrista bissexto – dão aula de história do Brasil. E, ao longo dos tempos, o canto puro de Milton Nascimento tem soado tanto como um lamento pela opressão quanto como a energia, a luz que ilumina a alma e o povo da raça Brasil.